Oktoberfest – Munique
Este post foi escrito pela Alexandra Low, uma colega de trabalho e parceira de festas e viagens! Dividimos a cabine no Carnavio no começo deste ano. Agora ela conta um pouco como foram as últimas férias dela, eu chamei de “roteiro da balada”.
Esse roteiro foi feito por um grupo de 6 pessoas, na faixa etária de 24 a 30 anos. Decidimos fazer uma viagem pela Europa, não necessariamente um mochilão, mas nada muito chique também. Nossa viagem iniciou em Barcelona e passou por Ibiza, Amsterdã, Praga, Munique e Alpes Austríacos, num total de 23 dias. Em Munique, o objetivo principal devido a época do ano (finzinho de setembro) foi a Oktoberfest e, no total, passamos 3 dias e 4 noites lá!
A Oktoberfest teve início em Munique, em 1810, e foi realizada para comemorar o casamento do futuro rei Luís I da Baviera com a princesa Teresa de Saxe-Hildburghausen, no mês de outubro. A comemoração aconteceu num parque batizado de Theresienwiese em homenagem à noiva e, onde no início teve apenas uma corrida de cavalos, virou o palco da maior e mais popular festa de cerveja do mundo. Em 2012, a festa começou em 22 de setembro e foi até 7 de outubro. Nós decidimos pegar o começo da Oktoberfest porque nos disseram que não é tão cheio. Não consigo imaginar as tendas mais cheias do que as que nós fomos no meio da semana, mas o pessoal de lá diz que a última semana é muito mais lotada! Como era final de setembro, pegamos já o início do outono e a média de temperatura que pegamos foi de 12ºC.
Como já falei acima, o motivo principal de termos incluído Munique na nossa viagem foi a Oktoberfest, então tiramos tudo que era atração turística do roteiro e nos concentramos na Oktoberfest. Foi uma questão de prioridades, visto que o resto da cidade ainda estará lá em outras épocas do ano e a festa somente num período bem curto! Além disso, a Oktoberfest começa às 9h da manhã e termina às 23h. E se chegar tarde (após 15h), fica impossível de arrumar mesa, e como você não consegue pedir cerveja se não estiver na mesa, decidimos que não faríamos nada de passeios e/ou turismo.
Entrada da Oktoberfest |
Visualizar Trip muito louca!!! em um mapa maior
Saímos de Praga em direção a Munique. Como havíamos planejado pelo menos um trecho de trem na viagem, decidimos que seria esse. Compramos os bilhetes com bastante antecedência através do site www.raileurope.com.br, onde é possível encontrar passagens das principais companhias de trem da Europa, e está todo em português. Ao comprar os bilhetes, existem 2 opções: receber via e-mail para imprimir ou entrega via correios em sua residência (pelo menos 2 semanas de antecedência de compra). A opção de entrega via correios inclui uma taxa de envio. No nosso caso, que o endereço de entrega era no Brasil, só estava disponível a opção de entrega via correios. Recebemos os bilhetes em casa após uma semana. Algumas tarifas já incluem a reserva de assento. Para nós foi ótimo pois estávamos em 6 pessoas e as cabines são para exatamente 6, então conseguimos fechar uma só para nós.
Nossa cabine |
Como se pode ver pela foto acima, a cabine era apertada (viajamos de 2ª classe) e tinha poucos lugares para colocar bagagem. A viagem durou pouco mais de 5 horas, tinha um restaurante no último vagão, mas não fomos pra lá. Tinha também um funcionário que passava com um carrinho cheio de salgadinhos e biscoitos, mas nada muito apetitoso. Não recomendo fazer esse mesmo trecho de trem, a não ser que viajem em primeira classe. No total, cada um gastou R$ 250,00 com a passagem, taxas de serviço e entrega.
Onde ficamos
Hostel Siddiqi Pension – O hostel era um dos únicos disponíveis dois meses antes da viagem, e foi o melhor que conseguimos para a oktoberfest. Os quartos e banheiros eram bem limpos, mas não prestamos muita atenção no restante do hostel. O café da manhã era bem precário, e era pago à parte. A localização também não era boa, pois não ficava perto do metrô. Precisávamos sempre pegar um ônibus em direção à estação de metrô e de lá pegar o metrô em direção à Oktoberfest.
Kempinski Hotel Airpott München – Ficamos nesse hotel que fica no aeroporto de Munique na segunda e última parte de nossa viagem: era pra ser só uma noite em Munique. O hotel era muito legal, o quarto impecável, tanto na limpeza, quanto arrumação e design. Mas como só passamos uma noite, não deu pra ver o restante. Ficar nesse hotel foi ótimo, pois fica no aeroporto e nosso voo era bem cedo. Tem shuttle para os terminais de graça, basta solicitar ao atendente. Também tem uma estação de metrô bem pertinho, mas os tickets de trem saindo de Munique para o aeroporto/hotel são mais caros.
O que fizemos
Chegamos em Munique dia 23 de setembro, umas 15h. Fomos pro hostel deixar as malas, encontramos um amigo alemão e uma amiga brasileira de uma das pessoas do grupo e seguimos direto pra Oktoberfest, lá pelas 17h. Como a festa começa às 9h da manhã, muitas pessoas já estavam indo embora na hora que chegamos.
Grande parte das pessoas se vestem com a roupa típica da região da bavária. Homens e mulheres de todas as idades vão trabalhar com essas vestimentas típicas e logo depois do expediente, vão para a Oktoberfest. Nós queríamos ir com essas roupas típicas, tem pra vender em todo lugar. Mas um conjuntinho feminino não sai por menos de 80 euros! Achamos o investimento um pouco alto para usar uma ou duas vezes no ano e depois quem sabe em alguma festa a fantasia. A amiga brasileira comprou, mas como ela mora na Alemanha, para ela vale a pena! Nós acabamos não comprando as roupas.
O lugar é enorme! Aberto, com muitas tendas, onde, se conseguir, você entra, senta numa mesa e pede a sua cerveja. Do lado de fora das tendas, muitas barraquinhas de salsicha de todos os tipos, crepes, e todo tipo de comida típica alemã. Além disso, ainda tinha um parque de diversões, onde as pessoas iam com as crianças, ou mesmo bêbadas, participar das brincadeiras oferecidas. Ficamos encantados quando entramos no local, pois vimos muitas pessoas pra lá e pra cá, algumas muito bêbadas e outras apenas alegres, famílias com crianças, tinha gente de todas as idades. O mais incrível era a organização e segurança: não tinha arruaceiros nem bagunça. As pessoas caíam no chão, levantavam e assim iam sorrindo e felizes para casa.
Dentro da Oktoberfest! |
Estávamos com muita fome pois não comemos nada no trem, mas com muita vontade de conhecer a tão famosa festa da cerveja! Chegando lá, encontramos umas barraquinhas de bratwurst, salsicha alemã no pão, e foi o que comemos. Confesso que é uma delícia e bem diferente das salsichas que comemos aqui. Como já foi falado disso no post da Fabíola, não vou falar muito aqui. Já era tarde, decidimos entrar numa tenda logo e deixamos para conhecer o resto da área aberta outro dia. Entramos na Armbrustschützenzelt, com cerveja Paulaner e vejam como estava:
Tenda da Armbrustschützenzelt |
A tenda é bem grande e tem várias mesas, com banquinhos. O pessoal fica em cima dos banquinhos em pé e cantando com a banda que fica bem no centro da tenda. Não tinha mesa disponível e ficamos dando umas voltas para conhecer lugar. Tem muitos banheiros, muitos mesmo, e tudo muito limpo e organizado! Nunca vi uma coisa dessas. Nosso amigo alemão começou a conversar com uma garçonete e ela nos levou pra uma mesa onde tinha alguns lugares disponíveis! Foi ótimo, porque conseguimos nos sentar e pedir a tão sonhada cerveja da Oktoberfest! A cerveja vem num canecão de chopp de 1 litro e custou uns 9 euros e alguns centavos. Não nos importamos muito com os centavos, porque no final das contas acabava fechando em 10 euros, como se o troco ficasse de gorjeta, é normal.
Pessoal animado na tenda. |
Aquela história de que a cerveja vem quente é balela! Vem super gelada, mas como não damos conta de beber todo o 1 litro em pouco tempo, acaba esquentando. A cerveja é muito boa, mesmo quando esquenta, é muito bebível! Você pode pedir comida também, mas nós só pedimos cerveja mesmo. Depois de uns goles já estávamos de pé nos banquinhos e cantando as musiquinhas da banda, como todo o resto da tenda. A cada duas músicas tocava a música principal da Oktoberfest: “Ein Prosit, ein Prosit, Der Gemütlichkeit” (x2). Com a ajuda do nosso amigo alemão, decoramos rapidinho e nos sentimos em casa quando tocava essa musica. Segundo ele, a tradução disso é “Um brinde à tranquilidade”. Tocou também várias músicas típicas, as quais não entendíamos uma palavra, e para nossa surpresa, “Ai se eu te pego” do Michel Teló, em português. Quando começou a tocar, achávamos que ninguém fosse saber cantar ou dançar, mas nos enganamos! Todos sabiam a coreografia e cantavam em português!
Dentro da tenda |
Muitos litros de cerveja depois, voltamos ao hostel para uma noite de descanso. Tínhamos que pegar o metrô até uma estação e de lá pegar um ônibus que chegava em nosso hostel. Poucos se lembram de como chegamos no hostel. Temos várias fotos impublicáveis e engraçadas da volta, mas eu particularmente não tenho nenhum registro em minha memória.
No dia seguinte, acordamos tarde e acabamos indo para o centro comprar umas lembrancinhas e almoçar nos arredores da Marienplatz. Voltamos para o hostel para deixar as compras e fomos para o Oktoberfest novamente.
Dessa vez chegamos um pouco mais cedo e tentamos a sorte na Hofbräu-Festzelt, da famosa Hofbräuhaus ou simplesmente HB. Não conseguimos lugar para sentar e acabamos indo em outra casa, a Fischer-Vroni, para encontrar um amigo do alemão. Estava bem animado e ficamos lá um tempo. Depois fomos na tenda da própria Paulaner.
Tenda da Fischer-Vröni |
Tenda da Paulaner |
Dessa vez conseguimos mesa e ficamos o resto da noite lá. Mesma coisa, pessoas cantando e dançando em cima dos banquinhos, a banda super animada, Ein Prosit e Ai se eu te pego. O que muda de uma tenda para outra é a animação das pessoas e a cerveja. Gostamos bastante dessa tenda. Nessa noite, a gente maneirou um pouco na cerveja e fomos de metrô até a estação onde teríamos que pegar o ônibus e pegamos táxi até o hostel.
Pessoal em cima dos banquinhos dançando e cantando |
No terceiro dia, bateu um peso na consciência e decidimos que queríamos conhecer a cidade. Pegamos o ônibus da Gray Line que faz o city tour logo cedo, pagamos em torno de 20 euros pelo grand tour que dura aproximadamente 2 horas e meia,e você pode descer do ônibus, aproveitar o local e pegar o próximo. Almoçamos na casa da Hofbräuhaus que fica bem pertinho da Marienplatz e aproveitamos para comprar mais lembrancinhas.
Hofbräuhaus em Munique |
Interior da Hofbräuhaus |
Dá pra comprar as canecas de 1 litro da Oktoberfest lá, e custam 9 euros. Passamos o resto do dia no city tour e vimos alguns lugares muito bonitos, como o Schlosspark Nymphemburg, a sede da BMW, entre outros.
Schlosspark Nymphemburg |
Por último, fomos no Englischer Garten, um parque bem grande da cidade. É lá que fica o Eisbach, rio onde se pode “pegar ondas”. Nesse rio, a água bate em uma rampa e forma ondas, que nunca acabam e são permanentes, pois só ocorrem no local onde está a rampa. É legal, visto que acontece no rio!
Surfistas pegando onda no rio. |
Andando mais para o interior do parque encontramos a Chinese Tower, uma torre chinesa. Como estava anoitecendo, não consegui uma foto legal, mas ela é toda iluminada e bem bonita. Ao lado, tem o que se chama de Bier Garten, um jardinzão aberto, com várias mesinhas e uma espécie de Buffet onde se pode escolher entre fritas, salsichas, costelinha de porco ao barbecue, chucrute e várias outras coisas, além de, é claro, cervejas. As fotos estão escuras e tremidas, mas dá pra ter uma ideia do que é. No resto do ano, quando não está tendo a Oktoberfest, é nas Biergartens que o pessoal se diverte.
Chinese Tower |
Na quarta-feira bem cedo partimos para a Áustria e voltamos para Munique na sexta-feira, pois nosso voo era no sábado cedo, e fomos para Oktoberfest. Dessa vez fomos direto na tenda da HB. A tenda estava lotada e conseguimos um lugar do lado de fora, onde não tem música. Um tempo depois conseguimos mesa lá dentro e ficamos lá até o final, nos despedindo da Europa, de Munique, da Oktoberfest e de uma das melhores festas que já vi na vida!
Tenda da HB |
Tenda da HB |
Tenda da HB |
Dicas
- O povo alemão é muito receptivo e todos falam e entendem muito bem o inglês, além de serem muito simpáticos e alegres. Nós adoramos tudo o que vimos e vivenciamos
- Não é necessário apresentar tickets de metrô para utilizar o transporte dentro da cidade, a sensação é que se viaja de graça. Mas tome cuidado, porque existe uma fiscalização, e se te pegarem, dizem que a multa é absurda, portanto, compre seu ticket e viaje tranquilo!
- O bilhete unitário é o mais caro, se você está viajando em grupo de pelo menos cinco pessoas, vale a pena comprar o bilhete de grupo. Se vai passar mais de 3 dias na cidade, pode comprar o passe para 3 dias, e também tem o passe para grupos! Foi o que fizemos, saiu bem em conta! Lembrando que o bilhete para o aeroporto é diferente dos demais, e também mais caro.
- As cervejas da Oktoberfest tinham preço tabelado:
Fonte: http://www.oktoberfest.de/en/ |
- Mas como falei acima, acabava saindo por 10 euros, pois deixávamos o troco como gorjeta da garçonete. Elas não te dão muita atenção se você estiver de pé. Se conseguir uma mesa, vai ter um atendimento muito bom!
- Não tente sair com da Oktoberfest com uma caneca na mão, pois os seguranças vão tomar de você. Ah, na Oktoberfest, existem dois tipos de mesas: as gerais e as com reservas. Só é possível reservar mesa para depois das 17 horas, então, antes disso, tanto faz a mesa que você escolher para ficar. Mas o ideal é pegar uma mesa que não seja reservável (tem indicação com placa das áreas de reserva) e curtir o tempo que quiser, sem precisar se preocupar em sair de lá caso a sua mesa tenha sido reservada por outra pessoa. A última dica é, portanto, reservar mesa! Mas deve ser feito com muita antecedência, pois há dois meses da Oktoberfest, todas as mesas reserváveis já tinham sido reservadas, por isso tivemos que ficar esperando e procurando por algum lugar para sentar.
- A Fabiola também tem um post sobre Munique aqui no blog, clique aqui.
Grüss Gott! (ou … Servus!)
Gostei de ler seu post sobre Munique, minha cidade do coração. Vivi lá e a amo! Que bom que curtiram bastante a Oktoberfest. Aliás, é a única época que acho que a gente consegue realmente ver sujeiras espalhadas, principalmente em vagões do metrô. Mas, um detalhe…. o vestido típico usado pelas bávaras, o famoso Dirndl, não é só usado durante a Oktoberfest não. As bávaras o usam no dia a dia. Pelo menos, boa parte delas. Não é fantasia não. Mas, concordo com você … até o modelo mais simples é um tanto salgado para nossas carteiras;-).
Eine schöne Woche!
Beatriz
Parabéns pelo Post! Deu muita sede!!!
Entrou para minha listinha de "lugares para conhecer"
Feliz Ano Novo!!